O mês de abril é marcado pelo Dia Mundial de Conscientização do Autismo, que ocorreu no dia 2. Mais do que empatia e sensibilidade por pessoas que possuem autismo, é de estrema importância entendermos mais sobre essas crianças. Afinal, tudo que desconhecemos temos o dom de desprezar ou de não valorizar. A medida que entendemos esses novos mundos, temos o dom de criar empatia. Só assim também poderemos dar um espaço melhor e mais acolhedor para elas na sociedade.
Eu não tenho ninguém da família com autismo. Tenho uma amiga que possuí um filho com o transtorno. Mas nunca convivi com a criança. Então não tenho propriedade nenhuma de falar sobre, por isso, convidei uma grande amiga, que também é uma ávida leitora que nem eu, para indicar um livro, que faz a gente se transportar para o mundo dessas crianças, e mesmo na ficção, nos transmite um pouco dos sentimentos e sensações que o mundo delas possui. Nada melhor do que começar assim, para entender um pouquinho mais delas.
Mas antes de passar a palavra para a Paloma falar sobre o livro que ela leu, e todos os impactos que ela sentiu com a leitura, gostaria de indicar um filme que assisti recentemente e que chega em boa hora para o tema deste post: O Farol das Orcas (El Faro de Las Orcas, 2016, disponível na Netflix).
Filme O Farol das Orcas
Dirigido pelo espanhol Gerardo Olivares, o filme O Farol das Orcas é inspirado no livro “Agustín Corazón Abierto”, no qual Roberto Bubas relata sua experiência com as orcas em uma forma de terapia com um garoto autista. Na história, a espanhola Lola (mãe do menino) decide ir à Patagônia depois de ver seu filho comovido por um documentário sobre o biólogo e as orcas. A mãe, abandonada pelo pai do menino e culpada pela família, tenta convencer Roberto a ajudar seu filho.
O roteiro lento condiz com a proposta da obra e apresenta de maneira sensível o relacionamento de Beto com o trabalho e com as orcas, a problemática da criança autista e as angústias da mãe. É importante notar que o filme sempre se preocupa em mostrar que o autismo não é uma doença, mas uma característica neurológica.
Além disso, o filme apresenta de forma muito grandiosa os trabalhos de pesquisa e acompanhamento das orcas, além de diversas informações sobre o comportamento desses animais naquela área. Mesmo com um final que deixa um pouco a desejar (parece que faltou algo), a história é cheia de sentimentos de esperança, admiração e carinho. Com uma fotografia lindíssima, o filme traz à tona reflexões sobre a necessidade de escutar o outro e sobre a importância da calma e da paciência.
Livro Passarinha
Sinopse: No mundo de Caitlin, tudo é preto e branco. Qualquer coisa entre um e outro dá uma baita sensação de recreio no estômago e a obriga a fazer bicho de pelúcia. É isso que seu irmão, Devon, sempre tentou explicar às pessoas. Mas agora, depois do dia em que a vida desmoronou, seu pai, devastado, chora muito sem saber ao certo como lidar com isso. Ela quer ajudar o pai – a si mesma e todos a sua volta –, mas, sendo uma menina de dez anos de idade, autista, portadora da Síndrome de Asperger, ela não sabe como captar o sentido. Caitlin, que não gosta de olhar para a pessoa nem que invadam seu espaço pessoal, se volta, então, para os livros e dicionários, que considera fáceis por estarem repletos de fatos, preto no branco. Após ler a definição da palavra desfecho, tem certeza de que é exatamente disso que ela e seu pai precisam. E Caitlin está determinada a consegui-lo. Seguindo o conselho do irmão, ela decide trabalhar nisso, o que a leva a descobrir que nem tudo é realmente preto e branco, afinal, o mundo é cheio de cores, confuso mas belo. Um livro sobre compreender uns aos outros, repleto de empatia, com um desfecho comovente e encantador que levará o leitor às lágrimas e dará aos jovens um precioso vislumbre do mundo todo especial dessa menina extraordinária.
O livro "Passarinha" publicado pela Editora Valentina, escrito por Kathryn Erskine, nos conta a história de Caitlin, uma menininha de 10 anos (com Autismo nível 1 de suporte) e nos mostra como ela lida com suas relações, como ela enfrenta a sua rotina, qual é a sua maneira de enxergar o mundo e a sua forma de enfrentar o luto após a perda do seu irmão/porto seguro que foi brutalmente a-s-s-a-s-s-i-n-a-d-o após um massacre na escola em que estudava.
Muitas pessoas desconhecem sobre Transtorno do Espectro Autista, e eu tenho tentado alcançar o máximo de pessoas partilhando um pouco do meu conhecimento para disseminar as informações necessárias e fazer com que esse público seja melhor entendido.
Pra quem não me conhece, me chamo Paloma Mariana, sou fisioterapeuta e pós-graduanda em Fisioterapia nos Transtornos do Espectro Autista, tenho vários cursos na área e em neuropediatria e SIM, SOU APAIXONADA PELO NEURODESENVOLVIMENTO! Também sou louca por livros e posto várias resenhas e indicações literárias no meu perfil literário @loucaporlivros1998.
Acredito que como profissional da saúde, tenho o dever de fazer o melhor dentro dos meus limites por meus pacientes e tenho uma missão para além da vida. Mas, para cumprir essa missão da melhor forma possível, além de buscar os conhecimentos técnicos diariamente, tento colocar sempre a empatia em primeiro lugar para tentar enxergar o mundo da forma que os meus pacientes enxergam e compreender muito além das demandas motoras e neurofuncionais que eles apresentam.
Talvez você esteja se perguntando onde a fisioterapia se encaixa nesse contexto, né? Bom... Pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista) podem apresentar alterações motoras importantes como: alterações de sensibilidade, déficit de equilíbrio, alterações na marcha, dificuldade na realização de movimentos de pinça (praxia fina), alterações na propriocepção, baixo tônus muscular (hipotonia), etc.
"Passarinha" é um livro capaz de te teletransportar para o universo da personagem com o olhar que ela tem sobre tudo e todos que estão ao seu redor e é extremamente necessário principalmente para profissionais. Nele, vemos quais as suas estereotipias (comportamentos repetitivos), quais os seus interesses fixos e restritos, suas formas de comunicação e sua hipersensibilidade. Também podemos compreender a função e a importância de cada um deles na vida da Caitlin.
A leitura desse livro virou ainda mais uma chavinha aqui dentro de mim. Quantas pessoas como a Caitlin estão por aí sendo taxadas de "esquisitas", "estranhas", sem voz, sendo olhadas com desprezo e deboche sem ao menos serem vistas como realmente são? SERES HUMANOS!
O autismo não é doença! É um Transtorno do Neurodesenvolvimento que afeta a aquisição de habilidades super importantes para a vida humana. Por exemplo: a comunicação, os interesses, a sociabilização. Porém, isso não torna as pessoas com autismo menos importantes, menos capazes ou menos dignas. Nenhum de nós é igual! E nenhum de nós tem os mesmos defeitos e qualidades.
Espero de coração que um dia possam ler essa obra incrível , de extrema sensibilidade que me marcou profundamente e que sejam tocados assim como eu fui. Meu muito obrigada à querida Monique Larentis que abriu esse espaço para dar visibilidade a um tema tão importante como esse! Te desejo o triplo do sucesso que você já tem. ❤️ Com carinho, Paloma Mariana
Que demais o seu post. Eu amei!!
ResponderExcluirQuero há tempos ler Passarinha, pois todos dizem que é muito bom. Minha mãe já assistiu a esse filme, inclusive em uma época em que ela trabalhava com crianças com autismo, e ela amou!
Os Delírios Literários de Lex
Passei para desejar uma boa Páscoa.
ResponderExcluirBeijinhos
Um belo livro! Com muitos ensinamentos!
ResponderExcluirBoa semana!
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Até mais, Emerson Garcia
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