A história do Brasil é marcada por lutas, conquistas e resistências que moldaram não apenas sua política e economia, mas também sua identidade cultural. É nesse entrelaçamento entre memória, arte e poder que se situa a obra Cultura é Poder – Reflexões sobre o papel da cultura no processo emancipatório brasileiro, de Jandira Feghali, publicada pela Editora Oficina Raquel.
Com prefácio da ministra da Cultura, Margareth Menezes, o livro reúne experiências e reflexões da trajetória da autora enquanto gestora cultural, médica e parlamentar, apresentando a cultura como um instrumento de emancipação social e de fortalecimento da democracia.
Cultura como instrumento de transformação
Ao longo das páginas, Jandira ressalta que a vida cultural não é apenas entretenimento ou expressão artística, mas um direito fundamental, capaz de transformar realidades e romper desigualdades históricas. A cultura, em sua visão, deve ser entendida em três dimensões:
- Antropológica, como expressão da identidade e diversidade do povo brasileiro;
- Política, como força de resistência e participação cidadã;
- Econômica, como setor produtivo estratégico que gera empregos e movimenta recursos.
Essa abordagem integral mostra que a cultura é poder porque emancipa, inclui e dá voz a quem por muito tempo foi silenciado.
O livro também apresenta os bastidores da criação de políticas públicas estruturantes, defendidas e implementadas pela Jandira que consolidaram a cultura como prioridade nacional. Entre elas: Lei Cultura Viva; Lei Aldir Blanc, entre outras ações.
Essas medidas revelam o empenho da autora em articular, dentro da esfera política, o reconhecimento da cultura como um direito e uma política de Estado.
"A diversidade de cores, cabelos, lábios, estruturas corporais, sotaques, sabores, relação com a natureza, relações humanas, saberes originais, acesso ao saber formal, crenças e arte formataram a nossa constituição como povo, a inserção ou exclusão de parcelas desse povo na produção, seus privilégios ou subalternidades."
Outro ponto de destaque é o olhar atento de Jandira para as culturas periféricas, que historicamente resistem às desigualdades sociais e raciais. A autora reforça que o combate ao racismo estrutural e a valorização das expressões culturais vindas das margens são passos fundamentais para uma verdadeira democracia cultural.
Ao revisitar fatos da história e refletir sobre o presente, Jandira oferece uma análise consistente sobre como a formação cultural brasileira foi influenciada por processos de colonização, desigualdade e resistência. Mas, mais do que isso, propõe um olhar de futuro, mostrando que a cultura, quando tratada de forma democrática e inclusiva, pode ser o caminho para a transformação social.
“Cultura é Poder” é, acima de tudo, um convite para compreender que a cultura é central no desenvolvimento de uma nação. Ao reunir sua experiência como parlamentar e como Secretária Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, Jandira Feghali reafirma que o fortalecimento da vida cultural é um ato de cidadania, democracia e resistência. Ler esta obra é reconhecer que a cultura, em todas as suas expressões, é um poder transformador que pertence a todos nós.
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