Porca Gorda não é apenas um livro. É um grito em palavras. É também espelho, ferida aberta, e palavra afiada.
Escrito pela Jéssica Balbino, jornalista, escritora e poeta mineira, a obra publicada pela Barraco Editorial chega como um manifesto da existência gorda – um grito de liberdade que não pede licença para ocupar seu espaço.
O livro é uma mistura íntima de memórias, ensaio, relato, desabafo e poesia. Mas mais do que isso, é uma literatura de enfrentamento, que coloca o corpo gordo – esse que tantas vezes é silenciado, reprimido, violentado – no centro da narrativa.
Li Porca Gorda em poucas horas, mas com pausas longas. Porque precisava respirar entre uma página e outra. É forte, profundo. A escrita da Jéssica carrega o peso (e o poder) de dizer o indizível, com uma força que atravessa quem lê.
A autora escolhe a autoficção como linguagem. Uma forma de legitimar a própria vivência. A vida de uma mulher gorda periférica, cheia de desejos, medos, amores e violências, vira literatura.
É o corpo que fala. Que é exposto, usado, objetificado, invisibilizado, ridicularizado – e que, ainda assim, insiste em existir. É o corpo que se culpa. Que busca acolhimento. Que cansa de ter que se justificar.
A escrita não tenta suavizar a dor. Bem pelo contrário, ela a mostra como ela é: crua. Em vários momentos, o texto se torna quase insuportável de ler – porque é real demais. Mas é justamente essa honestidade radical que faz o livro ser tão necessário.
A autora sabe que sua vivência é única, mas também sabe que sua dor é a mesma de outras mulheres gordas que vivem em um mundo que insiste em enxergar seus corpos como algo a ser corrigido, escondido, silenciado.
Impactante e necessário.
Conheça mais da obra clicando aqui
Conheça a rede social da autora: @jessicabalbino_
Parece ser uma leitura bem forte, atual e necessária para os dias atuais. Adorei a resenha.
ResponderExcluirBoa semana!
O JOVEM JORNALISTA está no ar cheio de posts novos e novidades! Não deixe de conferir!
Jovem Jornalista
Instagram
Até mais, Emerson Garcia