Acho que foi ainda mais emocionante ler esse livro neste momento, afinal, estamos em meio a relatos de duas guerras pelo mundo. Foi um misto de sensações ao longo desta leitura. Amei e odiei muitos personagens. Então, pegue seu café que agora vou te contar mais sobre “A Guerra que salvou a minha vida”, escrito pela Kimberly Brubaker Bradley e publicado pela Editora Darkside.
Nesta história vamos conhecer dois irmãos: A Ada e o Jamie. Eles têm menos de 12 anos de idade. Não sabem ao certo a idade, já que a mãe nunca falou o dia do aniversário deles. Ainda são crianças, e se encontram em meio a Segunda Guerra Mundial. Quem me conhece a mais tempo sabe o quanto adoro ler livros com personagens jovens. Crianças têm muito a nos ensinar. E Ada e Jamie não são diferentes.
Jamie é um menino muito carismático mas muito carente de afeto. Ele faz pequenos roubos de comida para ele e para a família. Ele só começa a ter amigos quando começa a ir para a escola. Sorte dele ter sua irmã mais velha, Ada, que cuida dele como um filho. Ada é puro amor, praticamente uma mãe para Jamie. Mas nossa pequena protagonista sofre muito por ter uma deficiência.
Ada nasceu com o pé torto. E sua mãe sempre “amaldiçoou” ela por causa disso. Não queria uma filha deficiente. Na verdade, ela não queria era filho nenhum. Por causa da deficiência que Ada tinha, e a vergonha que a mãe sentia, a menina nunca saiu de casa. A mãe proibia para não “passar vergonha mostrando uma filha desta maneira”.
Ada observava a vizinhança da janela, e essa era a única visão de mundo que ela tinha. Porque ela nunca tinha saído de casa. Nem banheiro ela usava, e sim um balde para necessidades, porque os banheiros ficavam fora de casa, e de jeito nenhum que ela iria sair.
“Meu pé direito era pequeno e torto, de modo que a sola apontava pra cima, com todos os dedos no ar, e o que deveria ficar pra cima tocava o chão. O tornozelo não funcionava direito, claro, e doía sempre que eu colocava peso em cima, então durante quase toda a vida, eu nunca me apoiei nesse pé. Eu rastejava muito bem.”
Eles também apanhavam muito da mãe, por qualquer motivo. Alguma resposta errada, já era motivo. Principalmente Ada, por “ser deficiente”, sofria ainda mais com os xingamentos e tapas da mãe.
Além de toda vergonha que a mãe tinha dela, Ada também tinha muita dificuldade de caminhar. Ela preferia se rastejar. Por isso, não fazia questão de sair de casa. Quando se conhece apenas essa vida, está tudo bem. E para ela, o principal, o que fazia ela suportar tudo, era estar ao lado do irmão que ela tanto amava.
“Minha casa era uma prisão. Eu mal suportava o calor, o silêncio e o vazio.”
A vida dos irmãos muda drasticamente quando as crianças precisam evacuar Londres para ir para o interior, morar com outras famílias, para proteção. Ada não quer se separar do irmão e foge junto, contradizendo a mãe que não quer deixar ela sair de casa.
Na nova cidade eles conhecem a Susan, que acaba virando sua cuidadora um pouco a contragosto no começo. Ela passou, há pouco tempo, por um luto e não acredita ser capaz de cuidar de duas crianças pequenas. E no começo é bem difícil, existem muitas dificuldades. As histórias e os problemas acabam se entrelaçando até o momento que não sabemos quem está ajudando quem, porque as duas partes ganham com isso.
O livro conta um pouquinho desses estágios da guerra vistos pelo olhar de uma criança, além de todas as superações e desafios de alguém que era tão maltratada, começando a viver realmente. O quanto o psicológico de uma criança (uma pessoa) pode ficar abalado por isso. Ada não conseguia receber um elogio sem ficar em pânico, porque é algo totalmente novo para ela.
Como Ada nunca tinha saído de casa, sempre foi maltratada e nunca conviveu com pessoas, vamos descobrindo, ao longo da leitura, os sentimentos e emoções que ela sente e que nunca sentiu. Aprender que ser elogiada é bom, ser feliz, ganhar coisas. Além disso, também vamos acompanhar o processo de eles aprenderem a ler e escrever, algo que nunca fizeram, principalmente ela que nunca pode sair de casa.
A história é um mix de sentimentos, tanto em relação às crianças, como aos acontecimentos da guerra. E, tem um momento que a malvada da mãe deles vem buscar as crianças. O que acontece após isso? Você terá que ler para descobrir.
Outro ponto é o amor, imediato, da Ada por cavalos e por cavalgar. Susan tem um pônei, e vai ser amor à primeira vista. Existem estudos científicos que dizem que cavalos são animais que fazem muita diferença no desenvolvimento de crianças com deficiência, e acho que foi incrivelmente abordado, essa ligação, na história.
Foi um livro emocionante de se ler. Já fico curiosa para o desenrolar desta história. O que mais a autora encaixou na história dos nossos três personagens? Mas isso eu preciso conferir no segundo livro. Minha única dica é leia. Com certeza você não irá se arrepender. E não esqueça dos lencinhos e do estoque de paciência, pois você vai ter momentos de raiva, e momentos de lágrimas. Essa é uma narrativa que reserva um pouquinho de cada.
Motivo para ler o livro "A Guerra que salvou a minha vida":
- Emoção Profunda: O livro evoca emoções profundas e sinceras, tornando-o uma leitura emocionalmente envolvente.
- Contexto Histórico: Ambientado durante a Segunda Guerra Mundial, oferece uma visão única das crianças nesse cenário desafiador.
- Personagens Jovens: Os protagonistas, Ada e Jamie, são crianças cativantes que têm muito a ensinar e inspirar os leitores.
- Superando Adversidades: A história narra as jornadas de superação de Ada, que nasceu com uma deficiência e também a negligência materna.
- Desenvolvimento Emocional: Mostra como traumas e abusos afetam o desenvolvimento psicológico de uma criança e seu caminho para a cura.
- Emoções Contrastantes: O livro oferece momentos de raiva e lágrimas, equilibrando diversas emoções ao longo da leitura.
Nem preciso falar da edição não é mesmo? A Darkside nunca deixa a desejar. A diagramação é ótima, o livro tem capa dura e é ricamente ilustrado com uma capa linda e primeiras páginas com ilustrações. Todo inicio de capítulo também tem sua identidade própria e que dá todo aquele "sentimento de cuidado" que a editora transparece em toda edição.
Em suma, "A Guerra que salvou a minha vida" é uma leitura cativante que toca o coração dos leitores, oferecendo uma visão emocional da vida de crianças durante a Segunda Guerra Mundial e suas lutas para superar adversidades. É uma história que proporciona uma experiência literária enriquecedora, repleta de emoções e aprendizado.
Sobre a autora: Kimberly Brubaker Bradley vive com o marido e os filhos em uma fazenda no sopé das Montanhas Apalaches, entre pôneis, cães, gatos, ovelhas, cabras, e muitas, muitas árvores. É autora de vários livros, entre eles Leap of Faith e Jefferson’s Sons. A Guerra que Salvou a Minha Vida ganhou o Newbery Honor Book, o Schneider Family Book Award e o Josette Frank Award, além de ter sido eleito entre os melhores livros de 2015 pelo Wall Street Journal, a revista Publishers Weekly, a New York Public Library e a Chicago Public Library, entre outros.
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Ainda não tinha ouvido falar desse livro. A capa é linda. E mesmo com o tema triste, fiquei curiosa para ler.
ResponderExcluirAcredito que seja um livro muito interessante de ler. Cumprimentos poéticos
ResponderExcluirJá tinha visto a capa desse livro pela internet, mas não tinha lido a respeito dele. Acredito que seja uma leitura emocionante. Dica anotada.
ResponderExcluirAté breve;
Helaina (Escritora || Blogueira)
https://hipercriativa.blogspot.com
https://universo-invisivel.blogspot.com
Parece un buen libro. Gracias por la reseña. Te mando un beso.
ResponderExcluirOi, Monique. Tudo bem? Linda a edição da Darkside, né? Abraço!
ResponderExcluirhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Nossa, que livro lindo! Fiquei encantada.
ResponderExcluirAos Olhos da Diu
Oi! Faz tempo que não leio um livro em cenário de guerra, o último foi O menino do pijama listrado e ainda não me recuperei do impacto. Esse aqui está na minha lista faz um tempinho e pelos seus comentários sei que vai ser uma leitura emocionante. Bjos!!
ResponderExcluirMoonlight Books
Adoro esse livro A Guerra que salvou a minha vida e a continuação A guerra que me ensinou a viver escrito pela Kimberly Brubaker Bradley e foi os primeiros livros que eu comecei a criar conteúdo literário ... A escrita de Kimberly Brubaker Bradley é envolvente!
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