Livro: Através do Espelho - Jostein Gaarder

04 abril 2008

Como uma história sobre a morte pode ser uma história sobre a vida?

Esta é a história de Cecília Skotbu, uma menina que vive intensamente. As coisas que vai aprendendo ela anota num caderninho. Ali ela escreveu, por exemplo: “Nós enxergamos tudo num espelho, obscuramente. Ás vezes conseguimos espiar através do espelho e ter uma visão de como são as coisas do outro lado. Se conseguíssemos polir mais esse espelho, veríamos muito mais coisas. Porém não enxergaríamos mais nós mesmos.”
Cecília passa quase o tempo todo em seu quarto, deitada na cama. Ela está morrendo. Sua história é uma preparação para a morte – e por isso também um mergulho na vida. Ela morre como quem viaja, prestando atenção em tudo. Através de seu olhar profundo, o outro lado do espelho se torna um pouco mais claro para nós.

“Talvez uma coisa bonita às vezes nos deixe tristes porque sabemos que não vai durar para sempre. E rimos do que é feio porque sabemos que é só uma brincadeira.”

“A cada segundo, Deus sacode a manga do paletó e solta algumas crianças novinhas em folha, que caem no mundo. Abracadabra! E a cada segundo algumas pessoas também desaparecem. É uma longa fila, Cecília, longuíssima. E quando chega a hora, chega a hora, e você tem que ir embora...”

“Todas as estrelas um dia acabam caindo. Mas uma estrela é apenas uma pequenina centelha do grande facho de luz que há no céu.”

“Se eu fosse desenhar alguma coisa e soubesse que no final meu desenho iria criar vida, eu não me atreveria a desenhar nada, absolutamente nada. Jamais me atreveria a dar vida a algo que não conseguisse se defender contra aqueles lápis coloridos, tão ambiciosos..”

(Através do Espelho)

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